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Caminho do Esgoto

 O esgoto, ou águas residuárias, são os despejos líquidos de casas, edifícios, estabelecimentos comerciais, instituições e indústrias.

Podemos dividí-los conforme o tipo de efluente. Veja o esquema:



Os componentes de um sistema de esgoto são definidos conforme a quantidade de líquido escoado, número de pessoas, custos, tipo de efluentes, solo, entre outros.
Daremos aqui maior atenção aos efluentes de esgoto doméstico e nas soluções TIGRE para instalações prediais de esgoto sanitário.
No esquema abaixo resumimos de forma clara as possibilidades existentes quanto ao encaminhamento dos esgotos domésticos (águas imundas e servidas).





Como podemos ver no esquema anterior, os esgotos podem ser levados ao seu destino final com ou sem “transporte hídrico”, ou seja, utilizando a água para transporte dos dejetos. O transporte hídrico é usado em locais onde há abastecimento de água em quantidade suficiente para isto. Onde não é possível o transporte hídrico, é utilizado normalmente a fossa negra, ou fossa seca.



Vamos ver agora como funcionam as formas de encaminhamento dos esgotos domésticos com transporte hídrico.


Sistemas de Tratamento Individual

O sistema individual é aquele onde cada uma das casas das cidades possui o seu próprio sistema de coleta, afastamento e tratamento dos esgotos domésticos. 
Neste sistema, os esgotos são encaminhados a uma fossa séptica, que é uma espécie de caixa que recebe todo o esgoto doméstico, onde existe a ação de bactérias chamadas “anaeróbias” (micro-organismos que vivem em ambientes onde o ar não circula).
Estas bactérias transformam parte da matéria orgânica sólida em gases, que saem pela tubulação de ventilação. Durante o processo, depositam-se no fundo da fossa as partículas sólidas, que formam o lodo. Na superfície do líquido também se forma uma camada de crosta, ou espuma, que contribui para evitar a circulação do ar, facilitando a ação das bactérias.


Uma fossa séptica com 1500 litros de capacidade está apta a atender uma residência de até 7 pessoas, prevendo-se a sua limpeza a cada 2 anos. Não é recomendável a instalação de uma fossa com capacidade menor que 1250 litros.
O material que permanece diluído no líquido do esgoto segue pela tubulação até ser distribuído no terreno por um dos seguintes sistemas:

     Sumidouro ou poço absorvente 
     Irrigação sub superficial 
     Trincheiras filtrantes

Sumidouro ou poço absorvente

Ainda muito utilizado no Brasil, trata-se de um buraco aberto no solo cujas dimensões variam de acordo com a quantidade de esgoto eliminada e com a porosidade do solo. O fundo do poço deve estar a 1,5 metros acima do lençol d'água, para evitar a poluição da água subterrânea.

Para evitar desmoronamentos, as paredes laterais são feitas em alvenaria, utilizando-se tijolos em crivo que são juntas abertas para permitir a infiltração no terreno. 



Irrigação sub superficial

Forma utilizada quando o lençol subterrâneo está muito próximo da superfície do solo. É composto basicamente por tubos de drenagem que permanecem enterrados, com certo espaçamento entre si. Veja o esquema abaixo.



Para a sua construção, podem ser utilizados tubos de PVC rígidos para drenagem, de diâmetro 100 mm, instalados no fundo das valas conforme esquema da figura:



A declividade dos tubos enterrados deve ser entre 0,25 % e 0,5 %. Por exemplo, se tenho uma linha com 10 metros de comprimento, e quero uma declividade de 0,5%, teremos o seguinte valor de declividade: (10 x 0,5) : 100 = 0,05 metros = 5 cm


O afastamento mínimo recomendado entre as valas é de 1 metro, e o comprimento das linhas não deverá ser maior que 30 metros.
Um critério aproximado para se dimensionar esse tipo de sistema é o  estimado, comprimento total da linha em função do tipo de solo do local onde será instalado o sistema e do número total de pessoas a utilizarem a habitação considerada. Neste caso consultamos a tabela:


O valor de C representa a taxa de infiltração do solo. Quanto maior o valor, mais facilidade o líquido terá para se infiltrar no solo.

Com o valor de C tirado da tabela, calculamos o valor do comprimento das linhas (L) com a seguinte fórmula:


Onde: 
L: Comprimento das linhas (metros)
N: Número de pessoas da residência
C: Taxa de infiltração do solo

Para exemplificar, suponhamos uma residência de 5 pessoas, com solo do tipo 2 ( argila de cor vermelha), onde teremos:


Obs.: para se obter um melhor desempenho, é recomendado que a linha tenha no máximo 30 metros de comprimento.

Sendo assim, em nosso exemplo, poderemos construir o sistema com 4 linhas de 12,5 metros.


Trincheiras filtrantes
Este sistema é utilizado quando o solo local não consegue absorver o esgoto através dos dois sistemas anteriores. É formado por duas linhas de tubulação, uma sobre a outra, com uma camada de areia entre elas. A linha superior faz a irrigação e a inferior coleta. Quando o esgoto passa por esta camada de areia, praticamente eliminam-se as bactérias existentes, permitindo o lançamento posterior em um curso d'água, ou sarjeta, conforme o local. Quanto maior a camada de areia e mais fino o grão de areia (granulometria), melhor é a filtragem.

Para a sua construção, podem ser utilizados tubos de PVC rígidos para drenagem, de diâmetro 100 mm, dispostos conforme figura:


A declividade dos tubos enterrados é entre 0,25 % e 0,3 %.
Por exemplo, se tenho uma linha com 10 metros de comprimento, e quero uma declividade de 0,2%, teremos o seguinte valor de declividade: (10 x 0,2) :100 = 0,02 metros = 2 cm

As valas deverão ter uma profundidade de 1,20 a 1,50 metros, com largura de 0,50 metros.
A extensão mínima das linhas deverá ser de 6 metros por pessoa. Não é recomendado menos de 2 valas para atender uma fossa séptica.

EXEMPLO
Em uma residência com 4 pessoas, teremos um sistema com 4 linhas de 6 metros cada uma.


Sistemas de Tratamento Coletivo

A outra solução adotada para coleta, afastamento e tratamento do esgoto com transporte hídrico é o SISTEMA COLETIVO. É o mais recomendado por não despejar no solo qualquer tipo de resíduo de esgoto, visto que é coletado diretamente por uma rede de tubulações, que o encaminha para um adequado tratamento. 
Os esgotos das casas e comércios em geral são encaminhados pelo coletor predial até uma rede coletora chamada de coletor público. Este passa pelas ruas da cidade, enterrado, encaminhando-se até um local onde se efetua o tratamento do esgoto: A ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO – ETE.

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